quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Artigo: Fui demitida, o que faço com minha rescisão de trabalho?

Muitas demissões ocorreram em 2015. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de janeiro a novembro, foram fechados 945.363 postos com carteira assinada.

Com isso, algumas pessoas se viram num momento de não saber quais os primeiros passos a dar nesta situação, até que se encontre uma recolocação no mercado de trabalho. E o pior a ser feito é perder o controle e meter os pés pelas mãos, principalmente quando a questão é financeira.

Que caminho seguir, como agir neste momento?

Ao se depararem com o recurso financeiro advindo da rescisão contratual, muitos que têm dívidas, pensam que é o momento de quitar tudo, mas esquecem que ainda ficarão um tempo sem salário fixo. Outros ainda veem como uma forma de adquirir certos bens que sonhavam, mas não conseguiam poupar o valor necessário.

Por isso, quero propor este passo-a-passo para que quem passa por esta situação possa encontrar a melhor saída com qualidade de vida.

Pare, respire e pense

Pense, mas não critique. Use esse tempo a favor.

Neste momento, a primeira coisa a ser feita é parar para pensar e analisar com calma a situação. De nada resolverá se desesperar. Primeiro é preciso analisar o motivo de sua demissão, sem querer culpar ninguém. Pense como uma forma de se aperfeiçoar e até de ter novas oportunidades. Muitas vezes, infelizmente, nos acomodamos e precisamos de certos “empurrões” para agir. Por pior que possa ser, é válido tentar ver o lado positivo.

A partir dessa análise, aproveite o momento para se atualizar e resolver questões que não conseguia quando trabalhava em horário comercial. Conversar com a família também é fundamental, saber quais serão os próximos passos, tanto na questão da busca pela recolocação, quanto os ajustes para o convívio mensal sem essa renda.

Faça um diagnóstico de sua situação financeira

E preciso fazer essa consulta. Muito importante.

Para se organizar financeiramente, analise se tem reservas, se o que vai poder contar no dia-a-dia é apenas com o saldo da rescisão e se terá direito ao seguro desemprego. Verifique todas as dívidas existentes, separe as que estão adimplentes (paga em dia, sem atraso) das que estão inadimplentes (com uma ou mais parcelas em atraso).

Para o que está em atraso, tente verificar se é cabível algum acordo que caiba no orçamento mensal. A importância, neste momento, é ter fluxo de caixa para se manter até uma nova recolocação. Guarde essa informação.

Identifique onde você canaliza seu dinheiro

O que tem feito até hoje com seu recurso financeiro?

Analise seu comportamento financeiro pelos próximos 30 dias. A ideia é anotar todos os gastos neste período e, assim, identificar o que é necessário e o que é supérfluo. Separe por tipo de despesa e tente deixar o mais detalhado possível, para que a observação da saída do dinheiro seja mais nítida. 

Além disso, para cada folha, marque o dia que fez o gasto, a forma de pagamento, bem como o valor. Assim, ao final de cada folha, terá o total desembolsado por tipo de despesa e terá uma visão mais realista, o que ajudará a definir os demais passos. O objetivo é identificar quanto do seu consumo mensal de dinheiro poderá ser evitado para uma readequação à nova realidade, para que possa passar por essa fase sem apertos ou necessidades.

Defina as metas e objetivos seguintes

Sonhe, sem se limitar.

Durante o período que faz as anotações dos 30 dias, reúna a família para uma conversa agradável, sendo sincero e compartilhando a nova experiência que terão que passar, contando com o apoio e ajuda de todos os membros.

Nesta reunião, ouça e diga o que pensa realizar nos próximos 12 meses (curto), 10 anos (médio) e acima de 10 anos (longo prazo); tente imaginar coisas que tragam alegrias e felicidades a você e demais integrantes da família. Isso ajudará a dar um sentido para a vida e uma força maior até para a busca de um novo emprego. 

Organize um orçamento anual

Agora é a hora de colocar tudo no papel, e se preparar para os próximos meses.

Agora é hora de aprender a fazer um novo modelo de orçamento financeiro. Coloque para todos os meses quanto irá receber (se houver seguro desemprego, se não, uma estimativa de valor que deverá retirar do saldo da rescisão contratual). Priorize aqui os objetivos definidos no passo anterior, tente pensar que ao mesmo tempo em que paga uma dívida, precisa pagar para você e sua família, conquistarem esses anseios. Por isso o padrão de vida tem de ser repensado.

Mantenha a reserva

Ter reservas, poupança é importante, crie este hábito.

Não consuma toda a sua reserva financeira; o primordial neste momento é ter saldo para se manter durante os demais meses até a recolocação. Caso nesse período já arrume uma nova oportunidade, reavalie o orçamento e mantenha reservado o saldo que não foi utilizado, assim, começa a criar o hábito de poupar.

Aprenda com esta experiência e transforme sua relação com o dinheiro e com sua vida a melhor possível. Lembre-se, é só uma fase, mas o aprendizado no trato com o dinheiro é para a vida toda.

Imagens: Pixabay

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